31 de mar. de 2013

Pra que tanta pressa?


Domingo de manhã, Linha Amarela, trânsito calmo, fluxo em movimento a ¾ da velocidade máxima da via. Do nada aparece uma motoneta comum tripulada por um alfaiate do asfalto. Improvável que estivesse acima do limite de velocidade da via; evidente que os limites do senso comum haviam sido ultrapassados havia muito pelo zigue-zagueante condutor.

Pode até ser que para a pressa houvesse alguma explicação. Pessoas vivem caindo do décimo terceiro andar de prédios da Zona Norte. Quem sabe ele não levasse consigo um colchão de ar de bolso para amortecer o impacto do vivente já em queda livre?

Parece que estamos tão habituados ao corre-corre que mal notamos quando estamos acelerados demais em necessidade de menos. Nem paramos para pensar que nossa pressa pode nos levar cedo demais para onde não queremos: um leito de hospital, uma cadeira de rodas ou, pior ainda, a prisão perpétua sem grades e sem carcereiro. No afã de chegar a lugar nenhum, a gente se esquece da gente que cruza o caminho, gente como nós, como nossos pais, como nossos filhos.

Um homem de 35 anos entra num cassino e aposta $ 23.652.000,00 para tentar ganhar apenas $ 5,00. Tolice! Tolice, não se discute. O curioso é que não pensamos assim quando apostamos muito mais do que apenas dinheiro.

Um homem de 35 anos, com expectativa de vida de 80, que sai desesperado para ganhar apenas 5 minutos numa missão e veículo comuns, faz aposta em tão desfavoráveis condições quanto nosso infeliz jogador. Ainda pior, vidas alheias podem se perder.

Nesse contexto, a palavra imprudência poderia ser perfeitamente substituída por burrice. 

WV

2 comentários:

  1. Há uns vinte anos atrás saindo de Sorocaba para São Paulo com uma amiga e seus dois filhos pequenos.Com muita pressa quase correndo,para chegar na plataforma, onde embarcaríamos no ônibus para São Bernardo. Fomos surpreendidas pela pergunta simples de uma criança de menos de cinco anos:'Mãezinha,estamos correndo porque estamos em São Paulo?' Uma pergunta tão simples que nos fez refletir. Era fim de semana, não tínhamos hora marcada, o passeio era para rever velhos amigos. Estariam lá, não importava a hora que chegássemos. Não voltaríamos no mesmo dia. Então para que a pressa? Apenas com a intervenção dessa criança é que foi possível diminuir o ritmo e apreciar o passeio. Assim a próxima vez correr, lembre-se do João Paulo e pergunte-se: Para que a pressa?

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  2. No fim do mundo
    Tem um tesouro
    Quem for primeiro
    Carrega o ouro
    A vida passa no meu cigarro
    Quem tem mais pressa
    Que arranje um carro
    Pra andar ligeiro
    Sem ter porque
    Sem ter pra onde
    Pois é, pra que?
    Pois é, pra que?
    Pois é!

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