Domingo de manhã, Linha Amarela, trânsito calmo, fluxo em
movimento a ¾ da velocidade máxima da via. Do nada aparece uma motoneta comum tripulada
por um alfaiate do asfalto. Improvável que estivesse acima do limite de velocidade
da via; evidente que os limites do senso comum haviam sido ultrapassados havia
muito pelo zigue-zagueante condutor.
Pode até ser que para a pressa houvesse alguma explicação.
Pessoas vivem caindo do décimo terceiro andar de prédios da Zona Norte. Quem
sabe ele não levasse consigo um colchão de ar de bolso para amortecer o impacto
do vivente já em queda livre?
Parece que estamos tão habituados ao corre-corre que mal
notamos quando estamos acelerados demais em necessidade de menos. Nem paramos
para pensar que nossa pressa pode nos levar cedo demais para onde não queremos:
um leito de hospital, uma cadeira de rodas ou, pior ainda, a prisão perpétua
sem grades e sem carcereiro. No afã de chegar a lugar nenhum, a gente se esquece
da gente que cruza o caminho, gente como nós, como nossos pais, como nossos
filhos.
Um homem de 35 anos entra num cassino e aposta $ 23.652.000,00
para tentar ganhar apenas $ 5,00. Tolice! Tolice, não se discute. O curioso é
que não pensamos assim quando apostamos muito mais do que apenas dinheiro.
Um homem de 35 anos, com expectativa de vida de 80, que sai desesperado para ganhar apenas 5 minutos numa missão e veículo comuns, faz aposta em tão desfavoráveis condições quanto nosso infeliz jogador. Ainda pior, vidas alheias podem se perder.
Um homem de 35 anos, com expectativa de vida de 80, que sai desesperado para ganhar apenas 5 minutos numa missão e veículo comuns, faz aposta em tão desfavoráveis condições quanto nosso infeliz jogador. Ainda pior, vidas alheias podem se perder.
Nesse contexto, a palavra imprudência poderia ser
perfeitamente substituída por burrice.
WV
Há uns vinte anos atrás saindo de Sorocaba para São Paulo com uma amiga e seus dois filhos pequenos.Com muita pressa quase correndo,para chegar na plataforma, onde embarcaríamos no ônibus para São Bernardo. Fomos surpreendidas pela pergunta simples de uma criança de menos de cinco anos:'Mãezinha,estamos correndo porque estamos em São Paulo?' Uma pergunta tão simples que nos fez refletir. Era fim de semana, não tínhamos hora marcada, o passeio era para rever velhos amigos. Estariam lá, não importava a hora que chegássemos. Não voltaríamos no mesmo dia. Então para que a pressa? Apenas com a intervenção dessa criança é que foi possível diminuir o ritmo e apreciar o passeio. Assim a próxima vez correr, lembre-se do João Paulo e pergunte-se: Para que a pressa?
ResponderExcluirNo fim do mundo
ResponderExcluirTem um tesouro
Quem for primeiro
Carrega o ouro
A vida passa no meu cigarro
Quem tem mais pressa
Que arranje um carro
Pra andar ligeiro
Sem ter porque
Sem ter pra onde
Pois é, pra que?
Pois é, pra que?
Pois é!